quarta-feira, 22 de abril de 2015

Gravidez anembrionada, aborto espontâneo(?), curetagem e muita tristeza.






Essa é uma parte muito difícil da minha história de tentante. Cada vez que lembro de tudo aquilo que houve meu coração quebra mais um pouquinho.

Eu estava muito bem, tinha uma gestação saudável apesar de ainda não ter visto meu bebê, já que na ultrassom de 6 semanas só havia visto o saco gestacional, mas estava bem, nada de enjoos fortes nem sintomas agudos, apenas fome e umas dores na lombar, nada demais. Apesar disso não me tranquilizava, era como se eu esperasse que algo ruim fosse acontecer, não conseguia me imaginar com o meu tão sonhado bebê nos braços, era estranho. Em partes, acho que o fato de não ter visto o bebê na ultrassom contribuía pra esses receios, mas em partes acho que era o sexto sentido me mostrando o que viria.
No dia 9/12/14, uma terça-feira, fui a um parque aquático com meu filho e meu marido, era um passeio da escola de meu filho e estávamos empolgados, mas meu médico me recomendou que não entrasse muito na água e tomasse cuidado e assim o fiz. Passei o dia com um certo receio de fazer algo errado e uma dor muito estranha na lombar, algo diferente do que eu vinha sentindo. Na hora de ir embora eu me sentia cansada e triste e sabia que tinha algo acontecendo. Mesmo tendo tomado muito cuidado o dia todo eu me sentia culpada, como se tivesse prejudicado meu bebê de algum jeito. Chegando em casa eu estava tão triste que chorei no banho pedindo a Deus que não permitisse que nada de ruim acontecesse, mas parecia que eu já sabia o que viria pela frente.
No dia seguinte, 10/12, o dia e que eu completava 9 semanas eu amanheci sem meu sintoma mais gritante: a dor nos seios sumira. Eu havia lido sobre isso em fóruns de tentantes, que sumiço repentino de sintomas podiam indicar problemas e me preocupei, mas também poderia não ser nada, então fui trabalhar normalmente. Trabalhei até as 12 h, quando iria almoçar, mas antes dei uma passada no banheiro e ao me limpar me deparei com uma borra marrom. Imediatamente eu soube que havia algo errado, mas tinha esperanças que fosse no máximo um descolamento de placenta, eu juro que ficaria de cama por 9 meses se fosse necessário pra evitar isso, mas não foi o caso.
Minha sogra foi me buscar no trabalho pra levar ao médico e eu queria chorar, só chorar. Fui ao hospital e fui atendida por um médico grosseiro que nem me examinou e mandou fazer a ultrassom. Na espera da ultra também fui maltratada pela atendente que foi extremamente ignorante e arrogante no pior momento da minha vida. Eu chorei, dessa vez até engasgava, era um misto de raiva daquele tratamento com a tristeza de saber que em breve sairia o meu pior veredicto. Na espera, algumas pessoas tentaram me consolar, mas nada melhorava. Entrei na sala de ultrassom e a primeira imagem já mostrou o que eu temia: o saco gestacional vazio às 9 semanas.
Voltei à sala do médico sabendo que não estava mais grávida. Eu só queria resolver tudo logo, mas o médico me tratou com descaso apenas me receitando Buscopan e me dispensando, dizendo que minha gravidez não iria pra frente, mas também sem fazer nada pra me ajudar ou explicar.
Não aceitei, fui correndo ao meu ginecologista que estava atendendo em outra clínica. Ele também foi frio e me mandou tomar Utrogestan, mesmo sabendo que eu estava passando por uma gravidez anembrionada (ovo cego) e em processo de abortamento.
Fui embora arrasada. Ao chegar em casa eu chorei sem parar, parecia que ia morrer, eu ainda estava grávida, mas do meu ventre não sairia um bebê, eu sentia meu corpo reagir ao HCG, mas não estava realmente grávida. Era horrível. O aborto poderia começar a qualquer hora, ou dia, ou semana. Pior ainda foi olhar para o meu marido e filho e contar a eles que ali não havia um bebê, que o irmãozinho e filho tão sonhado não viria.
No outro dia eu tinha consulta agendada com o médico que iniciou meu pré-natal, mas do qual eu não tinha gostado muito por ser frio. Mas ele se mostrou muito mais humano que os outros, quase chorou comigo e me tratou muito bem. Ele me explicou o que estava acontecendo, que minha gestação era inviável, pois a parte que deveria formar o embrião não estava presente devido a um erro cromossômico que não era culpa de ninguém, inclusive eu estava muito saudável e não tinha nenhum problema, era uma fatalidade. Ele me receitou um medicamento pra limpar o útero chamado Ergotrate. Disse que causaria cólicas e sangramento, mas que se esse se tornasse muito forte eu deveria ir ao hospital.
Passaram-se vários dias e o remédio não fazia efeito. Só fui sangrar bastante quatro dias depois e pensei que já havia limpado o útero, mas ao fazer uma ultrassom descobri o saco gestacional ainda lá, vazio. Foi pior ainda. Naquele dia decidi tomar água inglesa pra ver se acabava de limpar,eu estava sofrendo muito e queria muito recomeçar. Tomei a água inglesa e cerca de uma hora após eu entrei em trabalho de parto. Foram 12 h de contrações e sangramento até que à meia-noite as dores passaram. Dormi e acordei com o pior sangramento que já tive, mas todos falavam que era normal, mas não, um dia depois, no dia 18/12 fui ao hospital com muita fraqueza e sangramento e descobriram a hemorragia devido ao aborto incompleto e fui internada pra curetagem.
Senti muito medo, não queria passar pelo procedimento, mas àquela altura eu nem questionei mais. Fiz, me senti muito triste depois, vendo aquelas mães dando à luz e depois com seus bebês nos braços e eu saindo da maternidade de braços vazios.Graças a Deus e a muita insistência e choro meu, a enfermeira colocou no meu quarto outras duas moças que haviam perdido os seus bebês e não mulheres que haviam acabado de dar à luz, seria mais sofrimento ainda.
Ao ir embora soube que nada seria igual. Uma parte de mim queria dormir e só acordar quando estivesse grávida de novo, mas outra parte tinha que levantar e enfrentar as inconveniências e comentários alheios sobre mim e minha ausência de gravidez.
Mas eu estou aqui e não há um só dia em que eu não me lembre, e sofra e não pense se um dia eu engravidarei de novo.
No mais eu fiz toneladas de exames que estão ótimos. Nenhum problema. Minha menstruação veio com 31 dias e eu voltei a tentar, até agora sem sucesso. Já se passaram quatro meses. Nesse último ciclo a monstra adiantou e o ciclo foi de 26 dias, o que me deixou mais esperançosa, pois senti a ovulação antecipada e foi isso mesmo que aconteceu.
Sei que na hora certa Deus me dará meu bebezinho. Preciso acreditar nisso. Eu acredito.
Estou fazendo a minha parte, esse mês até comprei testes de ovulação, mas isso é assunto pra outro post.

Obrigada por ler e se você também passou por isso, sinta -se abraçada. Conte sua história nos comentários!

segunda-feira, 20 de abril de 2015

Chá de inhame e a emoção do positivo!

O chá de inhame! Santo chá!


No ciclo de outubro de 2014 eu estava confiante! Colo do útero limpinho e muita fé, dessa vez eu conseguiria!
Eu frequento alguns grupos de tentantes no Facebook e também no Baby Center Brasil, e nesses grupos as mulheres, além de se apoiarem mutuamente, ainda compartilham muitas dicas para ajudar as outras a engravidar, e foi num desses grupos que conheci o chá de inhame!
O inhame é um tubérculo muito poderoso, pois além de ter propriedades medicinais como depurativo, ele ajuda na fertilidade.Além de o inhame ser rico em vitamina B6, ele possui o fito-hormônio diosgenina, que em nosso organismo se transforma em dehidroepiandrosterona (DHEA). O DHEA, por sua vez, pode ser transformado em estradiol, progesterona, entre outros.
O chá de inhame, consumido nas duas primeiras semanas de um ciclo menstrual, melhora a fertilidade, convertendo a diosgenina em outros dois hormônios essenciais para a ovulação: o hormônio luteinizante(LH) e hormônio folículo-estimulante(FSH).
O FSH é o responsável por estimular o crescimento dos folículos, e o LH, pela liberação do óvulo pelo ovário. 
A ação do chá de inhame no organismo feminino é muito parecida com a ação dos indutores de citrato de clomifeno, mas de forma menos agressiva.
Diferentemente do citrato de clomifeno, que não tem ação benéfica na proliferação da camada interna do útero, o chá de inhame é capaz de promover uma aumento de progesterona após a ovulação, auxiliando na espessura endometrial adequada para implantação do embrião. 

Receita: 

INGREDIENTES

250 ml de água
Cascas de 1 inhame médio

MODO DE PREPARO

Lave bem as cascas e deixe ferver bem até que o líquido reduza  pela metade.


MODO DE USO:

O chá de inhame deve ser tomado em jejum durante alguns dias.

O primeiro dia de ingestão vai variar de acordo com o seu ciclo.
O ideal é tomar o chá de inhame até, no máximo, o dia da ovulação.
Se o seu ciclo for de 28 dias, você vai consumir o chá do 7º ao 14º dia do ciclo.
Se for de 30 dias, vai consumir do 9º ao 16º dia, e assim por diante.
Para saber exatamente quando deve começar e parar de tomar o chá, é preciso que você conheça o seu ciclo ou pelo menos tenha uma ideia de como ele funciona. 
Se sua menstruação é irregular, o melhor é consumir o chá de inhame da seguinte maneira:

Ciclos que sempre chegam antes: do 5º ao 11º dia do ciclo.

Ciclos que sempre atrasam: do 9º ao 16º dia do ciclo.


IMPORTANTE! O chá de inhame não desregula o ciclo nem causa descontrole hormonal.
O que ele pode fazer é prolongar o período fértil. E isso, para quem quer engravidar, é altamente positivo! 
(fonte: http://www.curapelanatureza.com.br/2014/05/cha-de-inhame-ajuda-engravidar-e.html).

Bem, além do chá de inhame eu já tinha começado a tomar o ácido fólico, uma vitamina fundamental para quem quer engravidar e para as grávidas até os três meses de gestação, pois ele ajuda a formar o tubo neural do embrião, evita abortos espontâneos e má formação.
Os namoros nesse ciclo foram bem difíceis, pois estávamos sem tempo, mas mesmo assim namoramos no período fértil e esperamos. Cinco dias após a data da ovulação eu comecei a ter alguns sintomas como diarreia, um enjoo leve pela manhã, mas achei que era só estresse ou uma virose. Faltando uns cinco dias pra monstra vir eu comecei a perceber minhas veias super aparentes, até mesmo no rosto eu via minhas veias! Não sou branca, portanto não vejo tanto minhas veias assim e isso me empolgou. Minha menstruação tinha de vir no dia 5 de novembro, que era uma quarta-feira. No domingo eu comi uvas e a noite tive uma dor de barriga muito forte, como se fosse contração, eu tentava ir ao banheiro e não conseguia e por isso passei muito mal a noite toda. No outro dia fui ao médico e ele me pediu o tão sonhado Beta HCG! Faltavam três dias pra M vir, eu pensei: "Ok, se eu estiver grávida, já acusa" e fui correndo fazer o exame, que só ficaria pronto no dia seguinte...

Pra minha surpresa, no outro dia lá estava o resultado: NEGATIVO!

O marido tentou me consolar, mas eu não estava triste, pois esse era um teste qualitativo que só acusa acima de 25miU de HCG, e podia ser que eu estivesse no início da gravidez ainda, minha fé ainda estava lá.
No outro dia, dia 5, dia da M vir eu amanheci com cólicas e fui direto à farmácia comprar absorventes, pois tinha certeza que menstruaria, mas ela não veio, e também não veio no dia 6 e nem no dia 7. 
Dia 7, sexta-feira, foi a gota d´água! Eu estava subindo uma ladeira para ir trabalhar e meu corpo pesava demais, minhas pernas doíam e eu disse a mim mesma: "se ela não vier ainda hoje eu vou comprar um teste!" 
E assim o fiz! Saindo do trabalho eu comprei o teste de farmácia e fui pra casa empolgada pra fazer! A primeira coisa que fiz ao chegar em casa foi o teste e tcharããããã!!!



Eu não me contive e fiz o beta no mesmo dia, quantitativo, é claro! E esses foram os resultados! No mesmo dia avisei meus pais e sogros, meu marido e filho ficaram radiantes, e eu estava nas nuvens!! Foi só felicidade...até as 9 semanas. (Continua...)

Exames e tratamentos...

Continuando a história...

Bem, eu achava que engravidaria rápido, pois do meu primeiro filho eu engravidei com apenas uma relação no ciclo, mas não foi bem assim.
Aproveitando que já tinha que fazer vários exames para admissão no emprego novo (tinha acabado de ser aprovada e convocada pelo concurso do Estado de São Paulo) fiz vários exames ginecológicos e pra minha surpresa na colposcopia (papanicolau) acusou que eu tinha uma ferida que ocupava dois terços do colo do útero. 
O meu GO chegou a conclusão que a ferida podia estar atrapalhando as tentativas de engravidar, então eu teria de cauterizá-la pra poder facilitar a gravidez, pois os espermatozoides podem morrer devido a mudança de PH que a ferida causa. Ok, eu cauterizaria, mas ainda era abril, e meu plano não cobria esse procedimento, muito menos o SUS, que nem estava atendendo casos não urgentes de ginecologia (não urgentes pra eles, né?).  Pois bem, eu tinha que esperar até julho para fazer a cauterização e eu esperei, mas esperei tentando, tinha fé que conseguiria engravidar mesmo assim, mas não consegui.
Passou Julho, por vários motivos adiei a cauterização e só fui fazer no final de agosto. Foi um procedimento rápido, mas bem incômodo. O ginecologista o fez no próprio consultório mesmo, durante a consulta. Ele utilizou um equipamento que cauteriza através de pequenos e doloridos choques, mas é suportável! O meu ginecologista até brincou, dizendo que fui tão durona com a dor que poderia parir normal sem problemas rsrs quem dera! Que sonho! 
Após o procedimento eu tive que esperar um mês para ter relações sexuais. Durante quinze dias eu tive um corrimento bem aguado e com cheiro de borracha queimada (sério...tenso demais!!), ou seja, nada de tentar engravidar até outubro! 
Minha menstruação veio no dia 8 de outubro e lá fui eu para as tentativas! Porém dessa vez eu tinha um aliado: o chá de inhame! (continua...) 

domingo, 19 de abril de 2015

Me apresentando: o que é uma tentante de segunda?

Olá!  
Sou uma tentante! E não só uma tentante, sou uma tentante de segunda! De segunda viagem, claro. 
Já sou mamãe do meu príncipe Gabriel, de 9 anos e até 2012 não pensava em engravidar de novo de maneira nenhuma! Fui mãe pela primeira vez aos 16 anos, um doce acidente, daí vocês podem imaginar o porquê do meu medo em conceber novamente, mas de repente o bichinho da fertilidade me picou e fez meu desejo de ter um bebê aflorar mais uma vez. 
Apesar do grande desejo ter renascido em mim, não foi exatamente fácil convencer o marido. O danado do bichinho da fertilidade me picou e foi-se embora, me deixando aqui com esse trabalhão de convencer o homem. Meu marido ama crianças, mas eu era professora contratada na época, e não podia contar com aquele trabalho pra sempre, além disso estava na faculdade e quase não sobrava dinheiro. Eu entendia, mas vai explicar isso para o coração e para o útero! Foram quase dois anos de choro e tentativas de convencer o marido até que tchã!!! Final de 2013 fui aprovada no concurso público para professores do Estado de SP! Acabaram-se as desculpas! Assim que saísse a lista de convocações o marido não poderia mais me negar suas sementinhas hehe! Passou janeiro de 2014, fevereiro, março...e nada, mas quando março estava quase no fim meu marido me surpreendeu e decidiu deixar pra lá a anticoncepção (nós usávamos o coito interrompido, o que dava a ele total controle da situação XP), isso no meio de uma relação! Quase não consegui terminar, comecei a chorar por saber que meu marido agora queria também! Imagina a cena?! Eu, boba, achava que na próxima menstruação já pegaria o positivo, ledo engano...a menstruação veio, a mostra vermelha, e com ela as primeiras de muitas lágrimas...(continua)